sábado, 4 de outubro de 2014

ÁCIDOS CARBOXÍLICOS LINEARES DE ORIGEM NATURAL

Quadro-resumo


A figura desta postagem mostra uma variedade de ácidos carboxílicos lineares de 1 até 24 átomos de carbono, bem como seus nomes vulgares, os quais procuram lembrar onde os ácidos (ou seus derivados) são encontrados na Natureza. Por exemplo: ácido fórmico (em formigas), acético (vinagre), cápico/caprílico/caproico (cabras), esteárico (estearina, um vegetal).
Os ácidos saturados a partir de C6 (caproico) são pares, pois eles são produzidos a partir da combinação dos chamados “resíduos de ácido acético” nas rotas metabólicas (e o ácido acético é par, certo?). E a série não para no ácido esteárico, como costuma aparecer nos livros didáticos de química do ensino médio.
Os ácidos insaturados não estão restritos aos C18 (oleico, linoleico e linolênico). A tabela não apresenta o ácido palmitoleico (C16, com uma dupla). Mas ácidos maiores aparecem. Pode haver mais de uma ligação dupla na cadeia. A origem do termo “ômega” é esta: por exemplo, vejamos o ácido oleico. Começando a contar os átomos de carbono a partir da DIRETA (começando pelo C do CH3), vemos que no nono carbono aparece a ligação dupla deste ácido. Por isso ele é chamado ÔMEGA 9. Se fizer isso para o ácido linoleico, o primeiro carbono com ligação dupla é o seis (ÔMEGA 6), enquanto o ácido linolênico tem seu primeiro carbono insaturado na posição 3 (ÔMEGA 3). Os termos ômega 9, 6 e 3 incluem, na verdade, uma família de ácidos insaturados com essas características. O ácido araquidônico é um ômega 6; os ácidos erúcico e nervônico são da família ômega 9.
Para finalizar, se você pensa que os ácidos mais exóticos desta tabela não fazem parte de sua dieta, engana-se. Se você curte mostarda ou canola, lá está o ácido erúcico. O ácido araquidônico aparece em carnes vermelhas. É um ácido graxo essencial à vida, aparecendo na constituição das membras fosfolipídicas celulares, e é precursor em importantes rotas bioquímicas de síntese de vários hormônios e outras substâncias fundamentais na fisiologia e patologia humanas, como as prostaglandinas. O ácido beêmico aparece nos óleos de canola e de amendoim, bem como em produtos de condicionamento e alisamento de cabelos. O ácido lignocérico é um subproduto da obtenção industrial da lignina. Por fim, se você está nervoso, não é por causa do ácido nervônico. Mas ele aparece na massa cinzenta cerebral, e é um precursor da síntese da mielina, substância lipídica, presente na chamada bainha de mielina, que circunda fibras nervosas, fazendo com que tenham uma condução de impulsos nervosos mais rápida (condução saltatória). É abundante no salmão e nos óleos de sésamo e de mostarda.
Feito isso, é hora de saborear bem a sua próxima refeição.
Boa tarde, pessoal!!

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